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Migração como crime, êxodo como liberdade

Migração como crime, êxodo como liberdade
Migração como crime, êxodo como liberdade
O tratamento securitário dispensado à migração – e aos deslocamentos em geral, incluindo o refúgio – não é excepcional nem secundário. Se a criminalização aparece como evento extraordinário, isso quer dizer apenas que as práticas de securitização não se limitam à punição e que não são exclusivas das instituições de repressão. Ao contrário, estão espalhadas por diversos dispositivos institucionais, práticas e discursos. No caso dos migrantes, refugiados e deslocados em geral, o que está em questão não é exatamente reprimir ou interditar, mas classificar os fluxos, os atos e os sujeitos e docilizar os corpos. E é a fuga em si mesma – seja o deslocamento voluntário ou não – que se torna objeto de tais dispositivos. Neste sentido, é preciso analisar e qualificar os eventos em relação à sua potência e à sua importância política: a criminalização e todos os atos de repressão, docilização e captura são reativos e secundários em relação à fuga; enquanto a fuga é o ato primeiro, o movimento antecedente e capaz de produzir liberdade, justiça e direitos.
2237-9843
Cintra De Oliveira Tavares, Natalia
875176c4-c3b4-40bf-a6bd-90fea4a9058b
Cintra De Oliveira Tavares, Natalia
875176c4-c3b4-40bf-a6bd-90fea4a9058b

Cintra De Oliveira Tavares, Natalia (2015) Migração como crime, êxodo como liberdade. REMHU: Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana. (doi:10.1590/1980-8585250319880004512).

Record type: Article

Abstract

O tratamento securitário dispensado à migração – e aos deslocamentos em geral, incluindo o refúgio – não é excepcional nem secundário. Se a criminalização aparece como evento extraordinário, isso quer dizer apenas que as práticas de securitização não se limitam à punição e que não são exclusivas das instituições de repressão. Ao contrário, estão espalhadas por diversos dispositivos institucionais, práticas e discursos. No caso dos migrantes, refugiados e deslocados em geral, o que está em questão não é exatamente reprimir ou interditar, mas classificar os fluxos, os atos e os sujeitos e docilizar os corpos. E é a fuga em si mesma – seja o deslocamento voluntário ou não – que se torna objeto de tais dispositivos. Neste sentido, é preciso analisar e qualificar os eventos em relação à sua potência e à sua importância política: a criminalização e todos os atos de repressão, docilização e captura são reativos e secundários em relação à fuga; enquanto a fuga é o ato primeiro, o movimento antecedente e capaz de produzir liberdade, justiça e direitos.

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Accepted/In Press date: 22 October 2015
Published date: December 2015
Alternative titles: Migration as a crime, exodus as freedom

Identifiers

Local EPrints ID: 500721
URI: http://eprints.soton.ac.uk/id/eprint/500721
ISSN: 2237-9843
PURE UUID: 035d8138-e927-436d-b8f5-fbfcb9e3841c
ORCID for Natalia Cintra De Oliveira Tavares: ORCID iD orcid.org/0000-0003-3783-4300

Catalogue record

Date deposited: 12 May 2025 16:35
Last modified: 26 Jun 2025 02:01

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Author: Natalia Cintra De Oliveira Tavares ORCID iD

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